Entre muitos boatos que surgem sobre a gripe, entre redes sociais a médica infectologista Deborah Kantor, que atua em Umuarama, vem explicar quais são os mitos e verdades sobre a influenza (gripe). Em virtude de mensagens em texto e áudios que circulam nas redes sociais, muitas pessoas ficam em dúvida se as informações são corretas.
“Está circulando nos grupos de Whatsapp (eu mesma recebi o áudio) onde uma pessoa diz que nesse inverno teremos um surto de gripe. Diz que isso acontecerá por estar circulando uma cepa ‘mutante’, muito mais perigosa e letal, o H3N2”, diz.
A médica diz que é essencial explicar o que é o vírus da gripe:
O vírus Influenza possui três tipos diferentes, chamados de A, B e C. Os vírus tipo A são classificados de acordo com duas proteínas que estão presentes na sua superfície: a hemaglutinina e a neuraminidase. Essas proteínas sofrem mutações periodicamente, o que permite o surgimento de novas cepas que pode levar a epidemias sazonais ou até as novas pandemias de gripe. A proteína H está relacionada à infecção de células do trato respiratório superior, onde o vírus se multiplica, já a proteína N facilita a saída de partículas virais do interior das células infectadas.
Em humanos, existem 3 tipos de proteínas H, classificadas como 1, 2 e 3 e duas proteínas N, classificadas como 1 e 2.
Assim, os subtipos de vírus A são classificados de acordo com essas proteínas. Por exemplo, o vírus da camada ‘gripe suína’ é o H1N1. Esse mesmo vírus causou mais de 50 milhões de mortes entre 1918 e 1920 e foi chamada de ‘Gripe Espanhola’.
Apesar de se tratar de um tipo de gripe A, a H3N2 é uma gripe sazonal e que não apresenta os mesmos riscos da H1N1.
O que acontece é que, apesar de sazonal e ter uma menor capacidade de causar epidemias, o vírus influenza A H3N2 também causa infecções graves como o H1N1, principalmente em pessoas imunossuprimidas.
Assim, para esse ano, o Ministério da Saúde já atualizou a vacina, que será composta de H1N1, H3N2 e influenza B.
A campanha nacional de vacinação iniciará no final desse mês e o Dia Nacional de Mobilização está previsto para 12 de maio.
Currículo
Deborah Kantor.
- Formada pela Universidade Federal do Paraná desde 1999, é especialista em Infectologia pelo Hospital das Clínicas da UFPR e Medicina Tropical pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro.
- Titulada em Infectologia pela Sociedade Brasileira de Infectologia
- Médica Hiperbarista pela Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica
Atuação profissional
- Médica da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Cemil
- Médica Infectologista do Consórcio Intermunicipal de Saúde (CISA), que abrange cidades da 12ª Regional de Saúde do Estado do Paraná
- Médica da CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) da Uopeccan Umuarama
Fonte: Obemdito